PDE 2029: expansão do sistema vai demandar investimentos de R$ 456 bilhões

Parcela de renováveis na matriz elétrica vai cair ao longo da próxima década, mesmo com o crescimento das fontes eólica e solar

OLDON MACHADO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA

A expansão do sistema elétrico brasileiro projetada pelo governo federal vai requerer R$ 456 bilhões em investimentos nos próximos dez anos para atender a um aumento médio anual de 3,8% na demanda por eletricidade ao longo da década. A previsão consta do novo ciclo do Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2029, cuja minuta foi divulgada nesta quarta-feira (23) para consulta pública, até o dia 22 de novembro, pelo Ministério de Minas e Energia. O estudo estima que os recursos investidos em novos projetos de energia entre 2020 e 2029 cheguem a R$ 2,326 trilhões, incluindo aí, além do setor elétrico, as áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural, oferta de derivados e oferta de biocombustíveis líquidos.

Considerando as parcelas centralizada, de autoprodução e de GD, a capacidade instalada de geração do país crescerá 44%, saltando de 170 GW em 2020 para 245 GW. Nesses dez anos, o planejamento decenal do governo indica uma redução da parcela de renováveis na matriz elétrica, caindo de 78,8% em 2019 para 74,7% em 2019. Além disso, a expansão projetada para a próxima década vai promover ainda mais a multiplicidade de fontes na matriz elétrica, a partir, principalmente, da redução da presença da geração hidráulica (de 62% para 45%), do forte aumento da presença da eólica (de 9% para 16%) e dos crescimentos da solar (de 1% para 5%), da geração distribuída renovável (de 5% para 9%) e das térmicas (de 18% para 21%).

No segmento de energia elétrica, está prevista a injeção de R$ 303 bilhões no segmento de geração centralizada, elevando a capacidade instalada de 155 GW em 2020 para 214 GW em 2029. Entre os projetos de geração centralizada previstos estão dez novas hidrelétricas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul, com capacidade instalada de 1.914 MW – 240 MW já contratados e 1.674 MW ainda em fase indicativa. Até 2029, o plano prevê a entrada de nove novas usinas hidrelétricas: Apertados (139 MW – PR), Castanheira (140 MW – MT), Comissário (140 MW – PR), Davinópolis (74 MW – MG/GO), Ercilândia (87 MW – PR), Telêmaco Borba (118 MW – PR), Tabajara (400 MW – RO), Bem Querer (650 MW – RR) e Formoso (342 MW – MG).

A expansão das fontes renováveis não hídricas é robusta para a próxima década. Em eólicas, o PDE 2029 prevê o acréscimo de 24.438 MW, dos quais já estão contratados 3.438 MW em 130 parques na região Nordeste. Os 21 mil MW indicativos são alocados no Nordeste e Sul. Já em geração solar, os 8.442 MW de acréscimo no período 2020-2029 contam com 52 projetos já contratados no Nordeste e no Sudeste, somando 1.442 MW. Outros 7 mil MW são indicados no estudo para instalação em novos projetos nos subsistemas Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste. A expansão da geração a biomassa é estimada em 2.444 MW, com 584 MW firmados e 1.860 MW indicados. Além do bagaço de cana, os projetos incluem produção por cavaco de madeira e biogás.

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